quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ângêla Lopes Manente uma filha que ganhei no Orkut

Minha mãe Avelina Martiniano Ferreira, faleceu às 18 horas no dia 14 de março de 2006. Recebi o telefonema da Santa Casa de Jales por volta das 19 horas, eu estava jantando com meu pai. Nestas horas só uma força que vem do alto pode ajudar. Meu pai perguntou se era para ir buscar a Maria era assim que ele a chamava. Eu, calmamente esperei ele terminar o jantar. Meu pai é diabético e sofre de Mal de Parkinson. Depois de algum tempo disse a ele que minha mãe havia falecido. Avisei todos meus irmãos. Fui com meu sobrinho escolher o caixão na funerária e no hospital para assinar os documentos. Tive que ir ao necrotério. Esta parte não vou relatar. Não consigo digitar. Fui tirada de lá. Fui esperar o corpo no velório. No cemitério em Paranapuã-SP, no jazigo da Família Abrantes, precisei retirar meu pai e meus irmãos para que os funcionários lacrassem o tumulo. Sentei num banquinho do lado de fora. Não tenho lágrima. Só meu coração chorava, eu sabia que havia perdido a única pessoa que seria capaz de fazer qualquer coisa por mim. Passei todas as férias da minha vida com minha família. A maior alegria era chegar à casa da minha mãe. De longe eu gritava por ela. Uma mulher simples como uma flor da caatinga nordestina. Uma mulher guerreira. Ela se foi. Ficou o exemplo. Eu fiquei vagando dia e noite na internet. Não conseguia escrever... Comecei procurar parentes e amigos. Ocupar o tempo. Foi vagando pelo Orkut que conheci a Ângela Lopes Manente. Chamou-me a atenção o sobrenome, pois tive um professor desta família. Começamos a teclar e foi nascendo um sentimento profundo como se fosse alguém que tivesse sido colocada no meu caminho para me ajudar no momento mais difícil que enfrentei na vida. Enterrar minha mãe foi à dor mais terrível que senti até hoje. E quanto mais o tempo passa mais a dor aumenta. A Ângela é eximia digitadora, inteligente, esforçada. Uma garota que continua me ajudando muito. Fui conhecê-la pessoalmente na véspera do dias das Mães em 2006. Ela veio passear na minha casa em julho de 2007, ajudou arrumar minha viagem para Brasília. Ajudou-me na correria para arrumar os documentos para fazer o implante no olho esquerdo que foi realizado dia 9 de agosto de 2007. Em dezembro ela veio novamente, e foi embora muito brava. Porque eu disse que o tempo voa e que tem que pensar no futuro. Neste mundo globalizado até para maquiar defunto precisa de diploma. Se a família do defunto for exigente e rica. Uma mulher exigiu que quando chegasse sua hora queria ser enterrada com a boca da Aline Morais. Dizem que o maquiador da atriz não aceitou a proposta. Tem que ter formação, o mercado exige. A Ângela ficou um tempão sem falar comigo. Mas ela sabe que sou franca e falo isso para o bem dela. Convidei-a para vir morar comigo, aqui em São José do Rio Preto-SP, ela conseguirá um bom trabalho e poderá dar continuidade aos estudos. Ela é fera na área de computação. Embora esteja a mais de 200 km de distancia, está sempre presente virtualmente e me ajudando. Sempre falei a verdade para meus alunos, para minha filha biológica, minha filha adotiva, para meus filhos adotivos de coração e para meus amigos. A mentira acaba com qualquer tipo de relacionamento. Prefiro ter um amigo verdadeiro a um milhão de falsos amigos. A Ângela esta esperando para cursar Letras comigo na UNESP. Ela me chama de mamãe. Eu a trato como filha. Vai estudar nem que eu tenha quer ir junto. Obrigada por tudo filhota. Você é especial. Amo-te!!!
Maryah Cydah Abrantes Martiniano Ferreira
Autora
25 de junho de 2008.

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