sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

OS PERIGOS DO CRACK

Recentemente numa entrevista, uma adolescente usuária de drogas confessou: “ dizem que o crack é a raspa da canela do Diabo. E é verdade. Em abril, caminhei um dia inteiro com meu namorado (um ex-presidiário) para vender o que tinha. Pelo crack a gente faz de tudo, inclusive tentar roubar até na frente da polícia”. Depoimentos como este revelam a magnitude do problema que o crack representa para a sociedade, orientada por valores cada vez mais decadentes e que a cada dia sofre os efeitos devastadores da drogadição. Composta por cocaína, bicarbonato de sódio e espessantes malignos ao ser humano, o crack é basicamente a cocaína fumada, com uma diferença: enquanto a coca é absorvida pela mucosa do nariz, metabolizada pelo fígado e liberada gradualmente pelo cérebro, o crack é absorvido pelo pulmão e enviado diretamente ao cérebro, provocando efeitos muito mais intensos, porém menos duradouros, o que explica o seu poder viciante. A combinação preço baixo e sensação de delírio se converteu na principal motivação para jovens usarem o crack em lugar da cocaína, ou como etapa seguinte à maconha. Segundo dados recentes da Secretaria Nacional Antidrogas, em torno de 0,7% dos estudantes da rede pública já admitiram ter experimentado o crack, com reflexos danosos para o rendimento escolar, relações familiares e no aumento da criminalidade. Reações A dependência moderada provoca diarréia, vômito, confusão mental e pânico. Com o uso prolongado, o dependente aumentará as chances de perder a capacidade de raciocínio, tornar-se agressivo e passar a ter crises de alucinações. O usuário ainda corre o risco de arritmias cardíacas, hipertensão, complicações vasculares, excesso de transpiração, tremores, calafrios, convulsão e morte. Alumínio Os usuários de crack inalado a partir do aquecimento de latas de alumínio correm o risco de terem ossos enfraquecidos e até Mal de Alzheimer precoce. Esta é a conclusão do Centro de Pesquisa em Álcool e Droga da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRS). Os pesquisadores constataram que 1 em cada 5 viciados tinha maior quantidade de alumínio do que os valores máximos toleráveis (6 microgramas por litro de sangue). Canaviais Há notícias de que alguns cortadores de cana estão usando crack para supostamente aumentar o desempenho físico na lavoura. No fim do ano passado, 30 trabalhadores rurais na região de Ourinhos desmaiaram num único dia sob suspeita de terem consumido crack. Esta nova realidade pode estar contribuindo para o aumento da violência nas vilas e cidades onde tais trabalhadores passaram a residir. Realidade A despeito Lei número 11.343/06 (nova lei de drogas), que endureceu as penas para o traficante mas abrandou para o usuário, a Polícia Militar vem ampliando suas ações de combate ao tráfico de drogas. Para Túlio Kahn, sociólogo do Ilanud, órgão ligado à ONU, o tráfico é o único crime que leva a outros. “O usuário de drogas rouba para sustentar o vício e é morto se não paga o traficante”, afirmou. Atenção com os jovens :: Mantenha com eles um diálogo aberto e permanente sobre os perigos das drogas, ressaltando as conseqüências a médio e longo prazos;:: Desconfie quando seu filho apresentar um súbito desejo de isolar-se, queda repentina no rendimento escolar, desleixo com o asseio pessoal, odor característico e intensa necessidade de vender (ou trocar) objetos domésticos;:: Caso descubra que seu filho seja um usuário de crack, obtenha informações sobre o assunto e busque tratamento o quanto antes possível;:: Segundo especialistas, as crianças que usam crack sofrem danos no organismo ainda mais devastadores que um adulto, aumentando o risco de overdose;:: A Polícia Militar mantém gratuitamente em algumas escolas o Proerd (Programa Educacional de Resistência à Violência e às Drogas), destinado a ensinar crianças de 4ª a 6ª séries a evitar o mundo das drogas; :: As escolas desempenham uma função social importante, e por isso devem ampliar a discussão em torno do tema, enfatizando que uso de drogas continua sendo crime na lei penal brasileira. Autor: Nedson Farley Nobre e Dr. Ruben de Oliveira Bottas Neto - tenentes
FALE COM O COMANDANTE:cpi5p5@polmil.sp.gov.br Dúvidas, críticas, solicitações ou sugestões podem ser encaminhas ao e-mail acima. Por meio de sua assessoria, o Comandante do Policiamento do Interior responderá nesta coluna ou diretamente ao leitor. A coluna Proteja-se! é coordenada pelo setor de Relações Públicas do CPI-5 e publicada toda sexta-feira no Diário da Região.

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